quarta-feira, 1 de abril de 2015




DIAS EM VÃO


Há dias em que o dia parece não ter acordado
Juntos, dia e eu, formamos uma incógnita amalgamada 
Onde tristeza e angústia caminham juntas
Sem saber aonde chegar

Nesses dias em que me encolho na cama,

Enrolada como um feto a não querer partir para a vida exterior,
O desânimo triunfa, inexplicavelmente, tomando conta de mim
E o corpo não obedece a nenhum chamado...

Ah, dias!  Contemplam-me assim prostrada

E aproveitais para me corromper com o calor dos lençóis,
Forçando-me a desfiar as linhagens do meu ser
Que ignora o som longínquo do tique taque do relógio...

Encontro-me nesses dias em desencontro comigo mesma

Como um inquietante navegar de incertezas
Que vivem a me atormentar 
Qual num mar de águas turvas de onde não consigo submergir