sábado, 30 de junho de 2012


SONHOS



Olhava os sinais da maturidade em suas mãos, em seu rosto, em seu corpo.
Quanto tempo se passara em busca da plenitude...
A felicidade fugia a cada nova expectativa. Não criara sonhos diferentes na juventude, só agora percebia isso.
E o tempo passou, deixando suas inconfundíveis marcas, também, na alma.
Queria voltar atrás, agarrar-se a uma nova chance, mas era impossível.
Escolhas erradas, pior, repetidas no presente, como a lhe lembrar que estava fadada à solidão.
Achava-se forte e decidida, mas sabia que não estava preparada para novas perdas.
Sempre fora assim, planejava tomar atitudes, e o coração insistia em traí-la, deixando à mostra uma fragilidade que a incomodava e subestimava seu lado racional.
Nesses momentos, a dor apossava-se do seu ser, exterminando qualquer possibilidade de reação.
E chorava...
Vinha-lhe a certeza, somente, da impossibilidade do amor pleno, cúmplice, verdadeiro.
Voltava-se contra aquele senhor que insiste em lembrar, a cada instante, que tudo é finito e que os sonhos devem ser mortos a cada amanhecer.

CAOS



No turbilhão de confusões
Que assolam a mente febril,
Encontram-se sensações indefiníveis,
Flutuando, sarcástica e permanentemente,
No âmago da dor.

No emaranhado de sombras
Surge um redomoinho de dúvidas e
Conflitos devastadores, invadindo o corpo,
Acabrunhando o poder racional do ser,
Que se entrega ao mais completo caos...